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Cidades inteligentes: qualidade de vida a partir de ações inovadoras

Quando falamos em cidades inteligentes, é comum nos vir à mente uma ideia futurista. Quem lembra de Os Jetsons? Lançado em 1962, esse clássico dos desenhos animados trazia uma realidade que parecia distante demais da humanidade.

Mas a verdade é que, em pleno Século 21, apesar de ainda não termos carros voadores, muito da tecnologia prevista nos capítulos da “família do futuro” está bem aqui, no nosso presente.

E o que isso tem a ver com o conceito de smart cities? Bom… Tudo!

Mesmo que a maioria dos dispositivos conectados utilizados hoje ainda seja de uso individual, toda essa tecnologia – baseada em Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Big Data e Business Intelligence – faz parte do que já existe e do que ainda será implementado para construir as chamadas cidades inteligentes.

Qual o objetivo das cidades inteligentes?

O principal objetivo das cidades inteligentes é tornar os espaços coletivos mais sustentáveis e acessíveis. Consequentemente, eles se tornam mais limpos e agradáveis, tornando a vida das pessoas melhor, em diversos aspectos.

Mobilidade, meio ambiente, saúde e segurança são pilares para a promoção da qualidade de vida. E quando a tecnologia entra em cena para otimizar esses recursos através de processos mais eficientes, temos então uma cidade “sendo inteligente” para alcançar maiores índices de qualidade de vida.

Como se caracteriza uma cidade inteligente?

Existem diversas linhas de pensamento sobre o conceito de cidades inteligentes. Contudo, algumas características são comuns e devem estar presentes. Por exemplo:

  • Cidades inteligentes são voltadas para a qualidade de vida da população;
  • Junto ao poder público, é necessário o envolvimento de outros agentes – universidades, terceiro setor (ONGs) e empresas;
  • O planejamento é parte essencial para sua construção;
  • Precisam promover a otimização na utilização de recursos.

Com base nesses fatores, podemos dizer que uma cidade inteligente é aquela que planeja seu crescimento, organiza ações e otimiza o uso dos recursos disponíveis para melhor servir seus habitantes. Isso inclui a mobilidade urbana, o uso da energia e qualquer outro fator necessário para o cotidiano dos cidadãos.

Exemplos de cidades inteligentes e suas tecnologias

Em todo o mundo, inclusive no Brasil, existem diversos projetos de cidades inteligentes. Barcelona, Londres, Tóquio e Curitiba são alguns exemplos, entre outros tantos.

Vejamos como cada uma delas põe em prática o conceito de smart city:

Londres

A capital da Inglaterra é um exemplo de mobilidade urbana, com um metrô que possui mais de 400 km de extensão. Isso faz com que o sistema de transporte londrino seja exemplo para o mundo, devido à sua integração. Além disso, com um único cartão de acesso é possível utilizar diferentes meios de transporte.

E para reduzir a emissão de gases poluentes, o uso do transporte público é altamente incentivado na cidade. Veículos poluentes pagam uma taxa de circulação e o acesso de carros ao centro é restrito.

Barcelona

A cidade espanhola possui um sistema inteligente de coleta de lixo, onde a cada hora todo o lixo descartado é sugado por aspiradores subterrâneos. Isso ocorre através de um sistema de tubulação que fica cinco metros abaixo da superfície.

Com a medida, houve uma diminuição significativa do uso de caminhões e, consequentemente, se reduziu a emissão de CO2.

Tóquio

Um dos países mais tecnológicos do mundo é, sem dúvida, o Japão. Por isso, a capital Tóquio não pode estar fora da lista de cidades inteligentes.

Com 10 milhões de habitantes, foi preciso pensar no desenvolvimento de medidas eficientes para controlar a quantidade de energia utilizada. Assim, empresas como Panasonic, Mitsubishi e Sharp se colocaram à disposição para desenvolver e difundir tecnologias que tornem a cidade inteligente.

Curitiba

A capital paranaense não é a única cidade brasileira considerada uma smart city. Mas está em primeiro lugar no ranking das cidades inteligentes no Brasil (dados de 2018).

Um ponto fundamental para que Curitiba seja considerada uma smart city é seu sistema de transporte coletivo, que já serviu de exemplo para diversos municípios. Parte da frota é formada por veículos híbridos. Eles funcionam à base de biocombustível e eletricidade, reduzindo a emissão de CO2.

Outro exemplo é o programa de coleta seletiva, que incentiva a separação do lixo antes do descarte. Essa tarefa, realizada pelos moradores, favorece o processo de reciclagem.

São José dos Campos

São José dos Campos recebeu a certificação de primeira cidade inteligente do Brasil. O reconhecimento se deu por meio da metodologia aplicada, que considerou 276 indicadores, divididos em setores como serviços urbanos e qualidade de vida.
O município paulista que possui cerca de 730 mil habitantes conquistou a certificação de cidade inteligente nas três normas designadas para esta finalidade: NBR ISO 37120 (qualidade de vida e sustentabilidade), NBR ISO 37122 (tecnologia) e NBR ISO 37123 (resiliência – capacidade de prevenção e ação diante de desastres naturais e à economia da cidade).

O que esperar da cidades inteligentes nos próximos anos?

A tecnologia avança a passos largos. E assim, podemos entender que toda inovação possível será revertida em estratégias e soluções para a vida nas cidades.

Se no momento atual precisamos dar atenção aos pequenos detalhes, possivelmente em alguns anos toda a tecnologia disponível estará muito mais ao alcance dos olhos – e das mãos.

Porém, vale lembrar que não se trata de projetos futuristas. Voltando ao início do texto, quando citamos os Jetsons, muito do que hoje é tão comum à nossa rotina, era inimaginável há 30 anos.

Ou seja, a transformação de um município em smart city pode ser sutil, dependendo muito mais de esforços coletivos e de parcerias público-privadas, mas também da participação de cada indivíduo ao abraçar as ideias e colocar em prática a proposta de uma cidade inteligente.